O DIA EM QUE CORTEI RELAÇÕES COM A MATEMÁTICA... Mas
não total, só um pouquinho... rsrsrs
Então, sempre amei a matemática, números, resolver
problemas... equações, regra de três, cálculos etc. A vida toda convivi muito
bem com a matemática desde criança até o primeiro ano do nível médio. Achava
estranho quando as pessoas falavam que não gostavam da matéria. Eu brincava com os números... E, me achava, pois
em minhas respectivas classes em todos os anos, sempre me destacava nas
notas... eram entre 9; 9,5 e 10...
Pensava em ser uma contadora, professora de matemática
ou de física... Uma engenheira, sim! Uma engenheira civil, pois junto com a matemática,
sempre gostei muito de construções... Acho lindo e uma arte a construção de um
edifício.
Sempre quando ando pelas ruas observo as construções!
Penso na engenharia e nas mãos simples, calejadas e hábeis daqueles que as construíram...
Os vejo como artistas.
Pois é, mas chegou o dia em que tive um grande
bloqueio em relação aos números...
Após o segundo
grau, fiz vestibular de licenciatura em matemática, isto no início dos anos 80,
tinha vinte e poucos anos de idade, uma menina! rsrsrs. Estava realizando um
sonho! Naquele tempo em que fazer grau superior, era somente para filhos de
ricos rsrs, ou teríamos que ter muita força de vontade, para fazer uma
faculdade. Não tínhamos esta facilidade de hoje. E estudar no MIT/GV era uma
ostentação, uau!!! Mas eu podia pagar minha faculdade, pois havia passado em um
concurso público municipal, e o salário era somente para mim. Resolvi
aproveitá-lo nos estudos. O primeiro dia em que coloquei meus pés ali naquela
universidade, me senti a pessoa mais realizada do mundo, naquele momento... Era
tudo que eu queria. Amava estar naquele meio, aquele ambiente estudantil, alegre e jovial; de expectativas e sonhos; aquele lugar lindo!
Abro aqui um parêntese, pois me veio à mente uma recordação forte de uma música linda que marcou esse tempo - Deusa do amor de Pepeu Gomes... " E foi assim, uma luz brilhou no céu de noite/ E fiquei louco a olhar/ E foi assim/ Pintaram tantas coisas pra mim/ Que nem dá pra acreditar..." Sempre que a ouço, me lembro daquele tempinho de sonhos e expectativas, da leveza de um tempo sem marcas, nem cicatrizes! Fecho o parêntese.
Mas quando comecei a estudar, que decepção! Para começar eram quatro matérias distintas
envolvendo números: Cálculo I, Física, Vetorial e Descritiva e mais outras matérias que não
me lembro agora... Surtei! rsrs... Eu que pensava que sabia muito de
matemática, ali descobri que não sabia nada, ou quase nada!
Até o segundo grau, a gente fazia os exercícios partindo de uma fórmula matemática. Ali não! A gente precisava descobrir a fórmula, para após, realizar o problema... Uau! Eram informações demais para mim rsrsrs
No nível médio fiz Magistério, acabei não estudando
a matemática do 2º grau; Estava aprendendo a dar aula para crianças. Este foi o
problema! Perdi as informações que dariam sequência na faculdade.
E no grau superior não conseguia acompanhar os
colegas... Não sabia nem do que se tratava. Me perdi totalmente! Ao final dos primeiros seis meses, com muito esforço, passei para o
segundo período, mas não consegui passar na matéria Cálculo I... Continuaria então, fazendo o segundo período, arrastando o cálculo I do primeiro, somado ao Cálculo II do segundo. Ah não!... Desisti! E nunca mais quis saber das ciências exatas como profissão; números e cálculos nem pensar! rsrsrs. Me
senti tão mal, que até o que eu sabia, esqueci. Deu um branco na cabeça, quase não estava conseguindo fazer as quatro operações básicas da matemática rsrsrs (brincadeirinha). Houve um bloqueio quase que total.
Alguns anos mais tarde concluí o curso relacionado à ciências humanas que não tinha
nada a ver com números em si, mas com muita leitura e ali permaneci - O Direito.
Continuo achando linda a engenharia e a construção
civil... Mas quero ver somente como uma linda profissão e como uma arte. Admiro
a engenharia! Não é para qualquer um. O(a) engenheiro(a) tem o meu respeito e minha admiração!
Estou contando este pedaço de minha trajetória, para demonstrar
que podemos mudar os nossos planos, e o rumo de nossa vida sempre que achar
conveniente, ou não! Podemos encará-los também! Sempre há tempo para descobrir
o nosso caminho e a uma nova direção.
“Nada a temer senão o correr da luta, nada a fazer
senão esquecer o medo...”Milton Nascimento.