sábado, 28 de junho de 2025

 COMO UMA ONDA DO MAR... TUDO MUDA O TEMPO TODO.



Como mudamos com o passar do tempo!... Sim, lentamente, quase imperceptível, mas mudamos.

Um dia você acorda e já é quase outra pessoa!

Lá se foi aquele querer estar sempre presente...

Lá se foi aquela vontade de que todos se lembrassem do seu aniversário, que viessem dar aquele abraço de parabéns...

E se não se lembrassem, tomaria a iniciativa de lembrá-los, sem nenhum constrangimento, mas, com alegria, celebrando o início de um novo ciclo...

Lá se foi a busca incansável pelos sonhos...

A vontade de ir para os Estados Unidos e por lá viver... Como quase todos os Valadarenses... Era um sonho de infância... Que foi realizado.

Lá se foram as labutas. O sorriso, a correria, as brincadeiras, os gritos e a alegria das crianças em casa... Os medos, as inseguranças... 

A risada farta; o cantar alto lavando as louças... O falar alto, quase que atropelando; queria se expressar rápido e sobre tudo!

A vontade de encontrar amigos... relebrar as histórias em comuns vividas...

Lembrar das brincadeiras e dos amores de outrora...  Achar graça com os “fora” que levamos, mas sorri com os “fora” que também demos... Na verdade, mais levamos do que demos rsrsrs É a vida!

Sim, tudo isto parece um passado distante ou perto, mas que passou!

Quero me acalmar os pensamentos... Caminhar com passos largos, mas serenos...

Encontrar casual ou intencionalmente aqueles que permaneceram...

Estar aberta a outros conhecimentos...

Não esperar muito de alguém... Todos estão a caminho... E a caminhada às vezes é árdua. Não cobrar nada de ninguém.

Não brigar com o tempo... Dormir preguiçosamente, sem preocupar com o amanhã...

Sorri para o vento, conversar com os pássaros que conquista, alimentando-os, para estar próximo a você.

Serenar a alma... Reclamar menos! Deixar acontecer... Tudo se ajeita, e está se ajeitando.

Se receber uma crítica, silenciar e continuar. Se receber um elogio... Aceitar com serenidade, sabendo que tanto um quanto o outro, a lugar nenhum vai te levar.

E o que importa mesmo, são as experiências vividas, é a fé que nunca deixou... É o acreditar em si, no outro, na vida e sobretudo em Deus e no amor! E seguir!...


sábado, 14 de junho de 2025

 


LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA.

Hoje, sábado, olhando a plantação do meu marido aqui mesmo em nossa casa... Ele ama plantar e cuidar das plantas... Quase todos os dias está ele retirando os matinhos, adubando e à tardinha está aguando... Sabe o nome de todas... 

Eu admiro a jeito dele, a sensibilidade para essas coisas.

Indago: Que planta é esta? E esta? E ele vai respondendo com precisão. Acho lindo!... Tem muda de pé de tudo rsrsrs... Tâmara, graviola, Resedá branco, tamarindo, figo, laranja natal; e os pés já adultos são acerola, fruta do conde, goiaba branca, fora as ervas para uso na cozinha, os cheiros verdes e ervas para chás, aiaiai... E tudo isto cabe em um terreno minúsculo, o pequeno quintal da nossa casa... Precisamos providenciar um local apropriado para levar as mudas e replantá-las...

Hoje deparei com uma erva... que reconheci imediatamente, e me levou ao mundo da minha infância... Conhecia a erva como colchão de noiva, folhinhas miúdas, tenras, macias, verdinhas e muito lindinhas... Meu marido me disse hoje, que  se chama Brilhantina.

Por volta de dez a doze anos... meio entediada com a mesmice da vida de uma criança daquela época, eu ia para o fundo do quintal, perto de uma cisterna de água potável, aquela água que utilizávamos para tudo... e ali cultivava a mesma erva, dizendo para mim mesma que era o meu jardim. Era o meu cantinho, onde vivia a minha vida sem me preocupar com nada mais... Me sentia a dona daquele lugar e do meu jardim.

Passava horas, com meus pensamentos e sonhos, cuidando do meu jardinzinho... Ali me esquecia de todos os infortúnios que uma criança vive... Sempre falo que ser criança não é fácil; quase não é ouvida, às vezes precisa resolver seus problemas infantis sozinha; muitas vezes tem medo e insegurança e não sabe como se expressar para pedir ajuda...  ainda mais quando na casa as crianças são muitas (quase 10) para uma mãe só... rsrsrs.

Mas ali não! Ali no meu jardim eu não tinha problema, não tinha medo nem insegurança. Me sentia dona de mim, somente eu e meus pensamentos, a dona daquele lugar. Falava com as formiguinhas e as joaninhas que por lá apareciam. A imaginação era fértil. Vivia por um tempo em um mundo encantado. Conversava com os meus pensamentos. Era um momento mágico. 

Nunca me esqueci daquela plantinha... Sempre que vejo volto àquele tempo e àquele lugar, onde me esquecia de tudo, apenas vivia.

Algumas vezes sinto vontade de voltar ali, entrar nos meus sonhos e imaginação infantis, por um momento sentir-me inteira.

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