quarta-feira, 28 de maio de 2014

Tem gente que gosta de...

Tem gente que gosta de "tirar" o outro de graça.
Sabe aquela pessoa que tudo que você conta para ela, sempre vem com aquela conversa "eu também tenho, eu já fiz, eu sou... E nem se preocupa em te ouvir?!...
A gente encontra isto com tanta frequência, que veio em minha memória um episódio acontecido comigo quando da minha pré adolescência nos idos dos anos setenta... Portanto isto não é novidade.
Pois é, era sete de setembro...
Dia de desfile, eu amava desfilar. Queria usar sempre roupa de destaque para não ficar na "rabeira". Era bem pequenininha para a minha idade. Era uma das últimas na fila, ficava comendo poeira como diziam. (rsrs...)
Pois é, naquele ano, não fiquei em nenhum pelotão de destaque. E de uniforme comum ia mesmo é comer poeira lá atrás. Não dava nem para ouvir a bateria. O som da banda local era baixíssimo e o "esquerda-direita" do professor de educação física, o professor Assis, aquele vozeirão que ele tinha, virava uma bagunça lá atrás, "cê" não sabia se era esquerda ou se era direita... A gente dava os passos pelo rumo. E eu estava chateada por ficar ali...

Mas, sempre há alguém observando a gente!...
Do nada chegou uma professora bonita, a Dna. Iracema, olhou-me e caí na sua graça. (rsrs...)
Pegou-me pela mão, levou-me para desfilar em um lugar que todos queriam estar. A gente ficava sozinha entre um pelotão e o outro, separando-os, seria como se fosse um porta-bandeira. Ah! que gostoso, que legal!... Estava Feliz e cheia de graça desfilando. Não me continha de alegria.

Até que...
Me chega outra professora, essa não era tão bonita quanto a Dna. Iracema, não. Dna. Iracema era uma mulher linda, alta esguia, os cabelos pretinhos muito bem alinhados e um corte bem definido, na altura dos ombros. Vestia com muito bom gosto. Lembro dela com uma linda blusa branca, creio que era de cambraia de linho e uma saia muito bem ajustada, cor cinza.

Esta não. Esta usava óculos fortes, era baixinha, usava sempre vestidos soltinhos florais. Não chegava a ser feia, era até bonitinha, cabelos castanhos, longos, escorridos e o rosto redondinho. Era professora de religião. Pois é, esta mesma, olhou-me, pegou minha mãozinha e, levou-me para a rabeira. Ai que triste!...
Tudo bem, fiquei ali desfilando, com toda chateação possível. Mas nada mais que isto... estava tranquila, o coração era limpo!

Mas, de repente Dna. Iracema chegou e novamente, levou-me para aquele tão cobiçado lugar, e que eu tanto queria ficar. Ali permaneci talvez por uns vinte minutos... e como alegria de pobre dura pouco, novamente estava eu sendo levada mais uma vez para o meu lugar, lá atrás onde permaneci até o final do desfile. Ainda assim levei uma pequena e injusta bronca da "fessorinha" de religião.

Pergunto, Porque as pessoas gostam de tirar o outro?!... Assim a toa, e de graça?!...

E neste caso aqui relatado... Tirando a alegria de uma criança inocente, de coração puro?!... Que nada pensou na época, desse episódio, como pensa hoje!...
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Passeando no Youtube, encontrei um vídeo do desfile em Virgolândia de 2012. Achei muito engraçado. Quase não mudou... Dá para perceber (minutos 5:10 do vídeo) que as crianças da Escola Florêncio Malta, a mesma que estudei a muitos anos atrás, no primário (hoje, ensino fundamental), elas ficam perdidas até hoje, pois não dá para ouvir a bateria... Muito legal o vídeo e também legal demais o desfile. Lindo! Me vi lá na "rabeira" comendo poeira.(rsrs)

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