Postando a minha fala aos amigos dos anos 80, no reencontro de 12/10/2019, quando da comemoração do meu aniversário...
"Estou muito feliz e honrada, primeiramente por Deus
ter me concedido o privilégio de completar 60 anos, com fé, com saúde, com
sonhos e realizações, podendo agradecê-Lo ao lado da minha família e dos
grandes amigos de outrora e de agora...
Pessoal me sinto bem à vontade para falar um pouquinho
com vocês, pois aqui se encontram
pessoas que já me ouviram muito, na época um pouco distante, em 1981, 82
e 83...Pessoas que fizeram parte do Grupo Jovem do Bairro Altinópois, os quais eu
tenho o maior prazer em reencontrar. Muitos deles, não estão presentes aqui. Perdemos
o contato; outros estão fora do país e alguns nos deixaram...
Completei 60
anos em agosto, estava viajando, mas sabia que não poderia deixar esta data
passar em branco, por isto marquei para agora.
Por causa de mim? Não! Por causa dos 60 anos? um
pouquinho por isto, pois acho a data muito forte. Uma data bonita e que até
assusta...
Mas principalmente para agradecer a Deus por tudo,
pela vida, sobretudo por ser Ele o primeiro em minha vida,
e depois, porque creio que cada pessoa aqui presente,
que fez parte daquele grupo, sentia esta necessidade, desse reencontro...
Não raras vezes que eu encontrava com um, já vinha
aquela perguntinha e uma afirmação: Vamos fazer um reencontro?!...Daquele
pessoal?!...
Nunca deu certo. Aqueles momentos, aqueles dias ou
melhor aqueles anos foram muito marcantes para muitos, apesar de terem sido pouco
tempo. Foram marcantes e felizes no nosso pensamento da época. Foram tão
fortes, que aqui estamos com muita alegria prestigiando este reencontro. E
sabem por que?...
Vou expor aqui
um pensamento meu:
Vim de uma cidade do interior, Virgolândia, e eu tinha
muitos anseios, muitas expectativas de vida e muitos sonhos. Sonhava acordada
em viver um outro mundo. Algo gritava dentro de mim. Eu queria mais. Mas era
tolhida pelas circunstâncias...
Quando mudamos, a família toda para Governador
Valadares, ainda fiquei um tempo com a sensação de que estava presa a algo ou
que faltava algo, estava com 15 anos e deixei para trás tudo que eu havia
construido; mas a construção eram as amizades de infância e de adolescência, amizades verdadeiras. Sofri muito... Sofri muito com essa ruptura, custei muito
para me acostumar.
Já em Governador Valadares, quando meu pai disse que iríamos nos mudar para o Bairro
Altinópolis, fiquei muito assustada e aflita, a gente morava no Bairro de
Lourdes e pensava que o Altinópolis era perigoso e tudo mais... Todas aquelas conversas
que o povo falava do bairro...rsrs
Pessoal!... Que surpresa! Me encontrei ali naquele
bairro e naquela rua, Rua da Várzea. Pessoas simples, amigos sinceros, pessoas
lindas, pessoas generosas... Como aquelas que havia deixado na minha cidade do
interior...
Muitos jovens...
Aí tudo começou!
Pensei e falei com dois amigos. Que o bairro tinha
muitos jovens e que estavam dispersos e pensamos em ajuntá-los. Saimos com folha
de papel e caneta anotando os nomes e convidando para uma reunião... Pessoal a
gente não tinha noção do que estávamos fazendo, para a nossa surpresa
apareceram umas 50 a 70 pessoas...
Wou!!! Foi lindo demais.
Aqueles jovens estavam sedentos de algo, queriam se
expressar e não sabiam como, eram alegres, queriam ouvir tudo o que tínhamos
para dizer. E a gente passou a falar de amor, de resposabilidade, de alegria,
de comprometimento... E a gente era muito simples e não tinha nenhuma
experiência. E a gente não queria mais ficar longe um do outro. Nos reuníamos
para conversar, para cantar, para rir, para orar, para ajudar, para trabalhar,
para não fazer nada...
Fazíamos eventos, Competições esportivas. E em tudo
fazíamos a diferença, ganhamos troféus, medalhas... abraços, sorrisos...
A gente só queria estar juntos... E não saímos mais do
bairro. Todos os dias, estávamos juntos. A reunião oficial era domingo às 4
horas. Mas os outros dias era na porta da minha casa ou na porta de outro
amigo...
Era tudo muito especial, estávamos vivendo algo novo.
A gente fazia sem copiar, iventavámos, criávamos e tudo dava certo...
O meu amigo Josué, chegava em minha casa todo domingo
de manhã, chegava e perguntava com aquele vozeirão: Dna Maria cadê a Cidinha?!...
e eu com aquele sono gostoso de domingo...
Meu Deus! Trabalhava a semana toda, domingo de manhã,
eu queria descansar, a reunião do grupo era a tarde e íamos à igreja a noite.
Pessoal eu virava para o outro lado e falava, não vou
levantar, vou ficar quietinha. E ele conversando com minha mãe. E eu ouvindo...
Até que não aguentava, a conversa era tão boa e tão engraçada, e eu perdia todo
aquele sono da manhã, levantava e me juntava a eles... No outro domingo era a
mesma coisa...
Era tão lindo o nosso grupo, que pessoas de outros
bairros se juntavam a nós...
Até que cada um foi caminhando o seu caminho...
Ficamos parados no tempo? De jeito nenhum cada um
seguiu o seu caminho e está construindo sua história... Tivemos percalços? Sim
cada um aqui tivemos lutas, vencemos umas, outras por vencer... Aprendemos,
crescemos, sorrimos, choramos...
Abro aqui um espaço para dizer algo que me deixou
muito feliz: Um amigo nosso, chegou no meu trabalho, muito tempo depois, para
fazer algo... Ele me confessou que tinha algo lindo a dizer para mim e para o
Josué. E que tinha muito a agradecer a
Deus em primeiro lugar, depois a mim e ao Josué. Eu perguntei: agradecer, por
quê? Eu não fiz nada!...
Ele me disse que estava novo, uns 15 anos na época,
que estava enveredando pelos caminhos das drogas. Todos os dias ele se
encontrava com aqueles “amigos”. Mas
quando foi convidado para se unir nós, ele se sentiu tão bem, se encaixou ali,
se sentiu valorizado e saiu daquele mundo... Hoje estava casado, tinha filhos, família,
e profissão...
Eu fiquei tão feliz. Se o que fizemos, Deus usou para
ajudar um jovem que seja, já valeu a pena o que fizemos. Mas creio, que não foi
somente ele que pôde contar esta linda experiência para nós... Todos nós aprendemos e levamos para nossa vida experiências...
Moral. Toda semente plantada com amor, com sinceridade
e com justiça, Deus dá a colheita. Que lindo!.. Que façamos sempre o bem.
E aqui estamos para nos abraçar, conversar e sentir
este carinho que temos um pelo outro.
E eu particularmente, aprendi muito e ainda aprendendo.
Firme no caminho que por força das cincustâncias encontrei, que para mim foi a
única opção para que pudesse me sentir livre, pés no chão e feliz, junto à
minha família, apesar de todas as lutas pelas quais passamos, e pelas que
provavelmente passaremos. Convicta que não há outro, Somente Ele o Senhor Jesus, O Caminho, a Verdade e a Vida!
Por isto Iremos ouvir uma canção que fala um pouco
desse momento, do Seu cuidado, do amor e do meu encontro com Ele: Supe que me
amabas de Marcela Gandara. “Soube que me amavas”. https://www.youtube.com/watch?v=AB2x_DII3W0
Após fiquemos à vontade. Aproveitemos esses momentos."
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