sábado, 11 de março de 2017

Série - Meus Testemunhos de Vida - O Sonho Americano

Tinha um sonho, quando criança e que me perseguiu durante a minha adolescência e toda a minha juventude. Um sonho simples para muitos brasileiros, principalmente para os moradores de Governador Valadares-MG... O famoso Sonho Americano...
Praia Miami
Queria ir aos Estados Unidos.

Sinceramente, era realmente o país que queria muito conhecer. A riqueza, a educação, a seriedade, a beleza, tudo me chamava a atenção naquele país...

Mas, para mim parecia algo tão distante! Todos iam, mas da minha família, ninguém pensava em arredar o pé da cidade, quanto mais do país... E eu não sabia por onde começar...

Eu sonhava acordada... Assistia os filmes “Esqueceram de mim”, “Denis o pimentinha”, “O pestinha”, desenhos animados, mostrando aquelas ruas limpinhas, muitas árvores, os lagos com esquilos, crianças, idosos passeando nas lindas praças... Eu pensava como vou nesse lugar?!...

Gente, era uma vontade tão grande, vocês não têm noção!...  Mas eu não via um jeito.

Passou o tempo...
Esqueci desse sonho...
Já casada, com os filhos crianças...

Meus filhos-Disney
Um dia, numa época de carnaval, meus irmãos e cunhados se preparavam para ir para a praia no estado do Espírito Santo.

Eu, meus filhos - Disney - Orlando
Na época era o passeio mais esperado do ano de qualquer família mineira, não temos praia em nosso estado, precisamos viajar no mínimo sete horas para chegar próximo ao mar...

Todos se preparavam com aquela alegria com os seus filhos – os priminhos e amiguinhos de minhas crianças...

Estava ficando para trás somente minha família, minha mãe e minha irmã, Cléria....

Meus filhos estavam tristes vendo aquela algazarra e sabendo que eles não iam...

Ajuntei-os a mim e falei: -Não fiquem tristes, eu vou levá-los para conhecer a Disney lá nos Estados Unidos. Vocês vão ver o Mikey, a Minie, o Pato Donald...

Eles se alegraram...

Eu falava sério...

Mas minha irmã, que ouvia a conversa, e sem acreditar, disse-me, muito tempo depois, que pensou: Como ela fala assim, enganando as crianças!... Não leva estes meninos nem na praia aqui no Brasil, como vai levá-los na Disney?!...

Quando eles estavam com idade entre quatorze e dezenove anos, mais precisamente em 2008, chegávamos toda a família, marido, eles e eu em Orlando- FLórida.

E não era para passear somente, era para morar com documento de residência fixa... 
Como consegui este documento para toda a família?!
Documento tão maravilhoso, tão concorrido e requisitado para quem quer viver legalmente nos EUA...

Em outra postagem, falarei como conseguimos...

Deus realiza sonhos... Nos quais acreditamos!...  


           



           


           



sábado, 4 de março de 2017

Série - Meus Testemunhos de Vida - A Restauração

Continuação da postagem anterior.

Naquele momento nasceu uma esperança lá no fundo do coração, será que tem jeito para mim?!...
Sem pensar muito, mas determinada, levantei e fui naquela Igreja.

Estava cansada de ouvir todos falar mal dela, dos pastores; nos telejornais, jornal nacional, fantástico, amigos, conhecidos, parentes, até eu, todos. 
Havia um ódio, uma repulsa quando mencionava o nome Igreja Universal; parecia que havia ali uma doença contagiosa...

Refleti: Por que todos têm raiva dessa Igreja?!... E Eles, os pastores estão me propondo uma transformação de vida!... Não uma melhora, mas transformação!...

Aqueles nada me apresentavam,  mas ali à minha frente estava uma proposta de uma solução tão desejada...

Mil novecentos e noventa e oito, dia 19 de março, mais precisamente numa quinta-feira. Esse foi o ano, o mês o dia da virada.

Não. Ainda não foi a virada, mas o início...

Entrei tímida, pequena, machucada, ferida na alma, cheia de vícios, frustrada, decepcionada... 


Aquela Igreja ampla, espaçosa, não tinha nenhuma imagem, nenhuma ostentação; bem limpinha, diferente de todas que eu já havia entrado...

Vista interna Igreja Universal
No Altar um Pastor, vários ajudantes (obreiros) no meio do povo. Na verdade, não dava para observar muita coisa, eu estava ali porque precisava de ajuda. Mas já sentia diferente, me sentia como uma criança no colo da mãe. Sentia-me protegida.

Aquele ventinho, aquele canto (música) cheio de vida, de fé, firmeza, determinação, autoridade. Sim esta é a palavra Autoridade.

A fala do pastor... Não era aquela pregação enfática cheia de gestos. Era um falar manso. Às vezes forte, determinado com força, mandando o mal sair da vida daquelas pessoas; outras vezes voz baixinha, devagar, mansa, humilhando-se na presença de Deus, chamando, implorando e chorando para que o Espírito Santo viesse na vida daquelas almas sofridas. E ali eu me entregava, chorava, e aos poucos ia me sentindo confortada e feliz...

E assim foram passando os dias, os anos e, passaram Rosevaldo, Eduardo, Marcos, Fernando Luiz, Luiz Carlos, Alessandro, Ailton, Israel, Valter, Antônio Carlos, Vander, Moisés, Éder, Cleiton... Pastores, bispos, auxiliares. Vinham e iam, para onde o vento do Espírito Santo soprava, eles iam.

Igreja Universal Gov. Valadares
E nos amparavam e nos deixavam. Mas deixavam os seus ensinamentos, o seu amor, o Espírito Santo, o Senhor Jesus.

 O Espírito era o mesmo em todos eles. Ensinavam-nos a confiar em nós mesmos e em Deus...
Ensinavam-nos a não depender de ninguém: Governo, patrão, família, de nada; somente de nós mesmos e de Deus; ensinavam-nos a nos entregar nos braços de Jesus...
Ensinavam-nos a usar a Fé, a não confiar no que a gente tinha: nos estudos, faculdade, cargos, dinheiro, status.
 Ensinaram-nos a dar, a ofertar com qualidade, a dizimar, a ser fiel em tudo; tomar atitudes e depois confiar em Deus.
Ensinaram-nos a perdoar...
Ensinaram-nos a fazer o melhor, a dar o melhor de nós para Deus, família, trabalho, para o próximo. E tudo que fizéssemos teria que ser o melhor. Se não fosse o melhor, não precisava fazer.

Templo de Salomão
 Ensinaram-nos a sacrificar – as nossas vontades, o nosso prazer, o nosso eu em prol de uma vida construída sobre a Rocha – Jesus.

Tudo era bem explicado e feito sob a Palavra de Deus – a Bíblia. E eu confiava e fazia conforme o que eles orientavam.

Esqueci-me dos conhecimentos que tinha, das experiências, do diploma de Direito; do Cargo de Chefe do Setor no Serviço Público Federal.  Esqueci-me de tudo. Nada disso me trouxe felicidade. Nada trazia a paz que eu precisava.

E aos poucos fui vendo a diferença. Foi acontecendo uma mudança de dentro para fora. Uma restauração de vida. A tristeza foi embora, os vícios desapareceram.

São milhares de Igrejas espalhadas
pelo mundo, levando vida aos sofridos.
No primeiro dia que entrei na igreja, a cerveja saiu da minha vida, este foi o sinal que o bispo Romualdo falara na programação de TV a qual eu  assistia, quando tomei a decisão de ir (mencionado na postagem anterior). Eu cri naquela palavra e Deus fez acontecer o primeiro sinal. Nunca mais senti vontade de beber, nem socialmente, nem de jeito nenhum.

O nervosismo, problemas de saúde dos filhos, foram ficando para traz. O medo, a angústia e a insegurança não mais encontraram lugar na minha vida.

E assim foi acontecendo, gradativamente, com muita luta e esforço, fé e confiança. Ia todos os dias à Igreja. Sentia-me cheia de paz...

A confiança em mim voltou, a coragem também. A alegria entrou no meu coração. Firmei-me em tudo. Só que agora era diferente, não dependia dos outros, nem de circunstâncias para ser feliz e para caminhar.

 Aprendi a caminhar com as próprias pernas.

Os sonhos voltaram. Passei a lutar por eles...



sexta-feira, 3 de março de 2017

Série - Meus Testemunhos de Vida - Fim de linha...

Apesar de crer no bem, de achar que não faz o mal para ninguém, isto não quer dizer que vamos sempre andar nos caminhos das flores.... Não! 
Com certeza, os espinhos, também se farão presentes.

Há momentos na vida que parece tudo se desmoronar e temos que nos posicionar.
O que vou falar hoje, não me importarei com o que irão pensar, não me importarei com nenhum julgamento que fizerem ao meu respeito, mas não me calarei diante de fatos que mudaram o rumo de minha vida e que me levantaram no momento de queda e de solidão profunda, onde eu mesma quase descri de mim, quanto mais aqueles que me rodeavam...
Não falo assim para  justificar minha decisão. Hoje tenho prazer e tenho a honra de participar desta caminhada de fé... Amo!

Mas o  preconceito, ainda é  grande.
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Sim estava no meu fundo de poço... Fim de linha, Cidinha!

Estava infeliz. Todo caminho que trilhava não tinha saída. Deixei de crer no simples. Estava cheia de mágoa, ressentimento. Havia saído de um noivado, o qual acreditava que se transformaria em casamento. Coloquei toda minha força e todo o meu amor ali. Nada mais tinha valor. A minha vida e alegria ficaram naquele amor doentio... A sombra do passado me assustava...

Casei-me e levei aquela carga negativa, para o meu relacionamento...

Magoada, ferida, sem amigos, sem vida, problemas financeiros, vícios de cigarro e cerveja, frustrada. Sentia nojo do cheiro insuportável do cigarro, mas vivia com um na mão. Aquela não era minha vida. Aquela pessoa não era eu. Sentia-me pequena...

As minhas companhias eram o meu trabalho e o meu núcleo familiar, sendo: o meu abençoado e maravilhoso marido e os meus filhos. Todos precisando de uma companheira e de uma mãe, respectivamente,  e eu estava aos cacos...

Enquanto isto a mídia falava horrores da Igreja Universal e do Bispo Macedo. Só não os chamava de santo... mas o resto, era de ladrão para lá. E a gente boiava, acreditava que era verdade o que a TV Globo noticiava. Eu tinha pavor, não queria nem ouvir falar da igreja.

Mas algo me chamava a atenção!...

A mamãe assistia a programação todos os dias, às seis horas da manhã. Enquanto me arrumava para ir para o trabalho, de longe, ouvia os testemunhos...

Não entendia... Como esta igreja podia ser tão ruim assim?!... E tinha tantos testemunhos de vidas transformadas! Havia alguma coisa errada, era contradizente.

Naquele dia, um dos piores momentos da minha vida, não tinha ânimo para ir ao trabalho... Sentei-me em frente à TV. Quando ouvi algo... O Bispo Macedo estava entrevistando o Bispo Romualdo, e este falando de sua vida. O que ele falava, batia com o que eu estava vivendo... Era como se ele estivesse ali, revelando minha vida, o meu fracasso e o meu sofrimento.

De repente, ele olhou para a tela da televisão, como se estivesse falando comigo e disse: -E você aí, que está sofrendo, quer mudar de vida? Ou dá para esperar mais um pouquinho? Eu respondi baixinho: -Não, não dá para esperar.

 Não queria que minha mãe visse e nem ouvisse o que eu acabara de falar. Pois muitas vezes pedia a ela para mudar de canal.

Ele continuou, se você quer mudar de vida, vai agora, agora mesmo em uma Igreja Universal mais próxima de você. Hoje mesmo você verá um sinal da transformação que Deus fará em sua vida.

Aquelas palavras me deram forças. Saí e fui para a Igreja...

Ali era o prenúncio de um recomeço de vida...

Amanhã continuarei esta postagem.



quinta-feira, 2 de março de 2017

Série - Meus Testemunhos de Vida - A Força da Oração

Estava com vinte e sete anos e tive o meu primeiro filho, o Lucas. O criava sozinha, sem o seu pai. Vivia com minha mãe e minhas duas irmãs mais novas. Os outros irmãos todos já estavam casados...
            
Meu filho cresceu cercado de carinhos das tias e da avó, mas eu sabia que no seu interior, sofria e sofria muito, por não conhecer o seu pai...

Me casei também, e tive mais dois filhos, a Carla e o Bruno...

Quando o Lucas completou nove anos de idade, o seu pai apareceu para conhecê-lo. Eu fiquei feliz demais em ver sua alegria.... Passaram algumas horas juntos.

Um dia confessou-me que seu sonho era correr ao encontro de seu pai e abraçá-lo, como aquelas cenas de televisão....  Aquela confissão doeu no fundo da minha alma.
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Passaram-se os tempos, Ele já estava com 17 anos, estudando o 2º grau na Escola Clóvis Salgado...
  
Pensativo e triste, aproximou-se de mim, e disse: -“Mãe, onde está o meu pai, será que vou encontrá-lo novamente?!”... Respondi, também triste: -Não sei Lucas, não espere muito por isso, meu filho.... 
Do seu último encontro com ele, já havia passado oito anos...

Entrei em meu quarto, ajoelhei ao lado de minha cama, e fiz uma oração:

“Meu pai, o Senhor que sempre cuidou de mim e da minha família. Se o pai do Lucas estiver vivo, faça ele encontrá-lo de novo.  Todos os seus primos, amigos, e os seus irmãos têm um pai perto deles; ele está triste. Dá esta alegria para o meu filho. Amém!” 
Era novembro, quando fiz esta oração.

No mês de dezembro, no dia vinte, ou aproximadamente, o telefone tocou em meu trabalho, uma pessoa ansiosa, para rever o seu filho. “Aparecida, já perdi muito tempo, preciso ver o meu filho. Ele pode passar o natal comigo e com toda a minha família? Meus pais e minhas irmãs estão querendo conhecê-lo, eu vou aí buscá-lo. Por favor deixa. Ele nunca passou um natal comigo, sempre passou com você...” 

Estas foram suas palavras. No primeiro momento não entendi direito. Como assim!... Até parecia que eu não queria que eles se encontrassem!  

Uma alegria tomou conta de mim.

Lembrei-me de minha oração e ali mesmo agradeci ao meu Senhor.

Neste momento lágrimas de gratidão caem no meu rosto... Obrigada, Jesus!...

F. recente -  Lucas  
Não permiti que ele fosse no natal, mas o deixei ir no ano novo, ano de 2004/2005. Estava com dezessete anos, conheceu toda a sua família paterna. Permaneceu uma semana com eles em Belo Horizonte, depois foi conhecer o restante da família no estado do Espírito Santo. Disse-me que foi tratado com muito carinho, recebendo muitos abraços do pai e de toda família, avós, tios e tias, primos e irmãos.... Realizando o seu sonho.

O Senhor deu-lhe mais do que o meu pedido.... Eu pedi apenas o pai... O Senhor lho deu uma grande família...

Graças a Deus, apesar de estarem distantes, meu filho em outro país, eles mantêm contatos...

Nosso Deus é maravilhoso!  Está sempre perto em nossa angústia.
Se orarmos a Ele com sinceridade, Ele nos ouve.




           

quarta-feira, 1 de março de 2017

Série - Meus Testemunhos de Vida - Meu primeiro Emprego, um milagre!



            Estava com dezenove anos, precisava trabalhar para pagar minha escola e de minha irmã. Meus irmãos mais velhos que já trabalhavam e que vinham pagando nossa escola, disseram que no ano seguinte, não iriam mais bancar. Vivíamos tempos difíceis. O acesso às escolas públicas era praticamente impossível. Eu afirmava para minha irmã Helena, que não precisava se preocupar, eu pagaria a sua escola e a minha no próximo ano. Eu falava aquilo sem duvidar, ignorando todas as dificuldades.
Não tinha salário, pois trabalhava para o meu pai, que a esta altura tinha um depósito de pão no bairro onde vivíamos.

Procurando serviço... Era setembro de 1978. Adentrando no serviço de água da cidade – o SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto, meus olhos saltaram de alegria. Que lugar lindo!  Desejei ardentemente trabalhar naquele local. Era uma autarquia municipal, eu não tinha noção do que eu precisava fazer para trabalhar ali. Era um prédio moderno, com um jardim delicadamente cuidado. Árvores podadas em formato arredondadas e um lindo e grande pé de flamboyant, a árvore mais linda que já vi até hoje. O chão estava repleto de flores vermelhas - as flores do flamboyant, dando-me as boas-vindas...
SAAE - Imagem retirada do Facebook
Mas precisava fazer concurso público. Eu era inexperiente. Já havia feito alguns testes em alguns lugares, mas nada como um concurso público.

Pedindo informações, disseram-me que até aquele momento não tinham previsão de quando seria o próximo concurso...

Mas, incrivelmente, depois daquele desejo ardente... não é que abriram vagas e dentro de dois meses, estava tudo certo. Passei no meu primeiro concurso público.

Era novembro de 1978. Eu precisava urgente começar a trabalhar, para no próximo ano fazer minha matrícula e de minha irmã na escola, como havia prometido. Também já não queria estudar naquele colégio onde estudava. Queria passar para uma escola melhor. Eu sonhava estudar no Clóvis Salgado, uma escola pequena, mas muito aconchegante, era como uma família. Tinha um belo time de vôlei feminino, com jogadoras reconhecidas na cidade. Era época dos famosos jogos estudantis, torneios que movimentavam a juventude Valadarense...

Retirada do facebook - Vista interna Clovis Salgado 
Mas eles não me chamavam. Minha mãe se desesperava. Meu Deus! Como vocês vão estudar? Eu afirmava, desconhecendo como funcionava as instituições... Vou começar trabalhar mãe, e vou pagar para mim e para a Helena. Pode ficar tranquila. Já passei no concurso. E falava aquilo com convicção e segurança...
Toda semana ligava para  o departamento de pessoal, cobrando minha vaga. - “Aqui, e a minha vaga?!...”
Passei em 5º lugar e precisavam de sete pessoas, de acordo com o edital.  
-“Eu estou precisando de trabalhar, para pagar minha escola e da minha irmã”, insistia... E isto se repetia em todas as semanas subsequentes...

Depois de já estar trabalhando ali no Setor de pessoal algum tempo, minha colega, confessou-me sorrindo, algo que me surpreendeu. Ela disse: Cida, o senhor Xxxx, (o chefe administrativo), pediu para arrumar uma vaga para você de qualquer jeito, porque você era muito chatinha, ligava toda semana cobrando sua vaga, acrescentando, que eu não os deixava em paz...
 Uaw! E eu pensava que tinha direito à minha vaga!... Sorri!

Descobri mais tarde, que várias pessoas eram contratadas sem terem prestado concursos, eram conhecidas do diretor... 

As aulas começariam em março, por causa das férias prolongadas e do carnaval.

Em 31 de janeiro de 1979, iniciava em meu primeiro trabalho, concursada.
Inexperiente, sem saber como era trabalhar fora do ambiente familiar... Cheguei humilde, tímida, mas muito feliz pela grande conquista!

            Trabalhei nos melhores setores, primeiro no Departamento de Pessoal, por dois anos e os outros quatro anos no Departamento de contabilidade. Aprendi muito. Fiz amizades verdadeiras.

Muitas meninas que já trabalhavam ali antes de mim, perguntavam-me: Como você conseguiu iniciar nesse Setor ( Departamento de Pessoal)?!... Você já conhecia alguém para te dar essa função?!... A gente já está aqui há tanto tempo e nunca tivemos oportunidades!... Elas trabalhavam no Setor de Arrecadação. Não era pior do que o meu, não!...

Era somente o primeiro lugar onde se iniciavam, dali algumas saíam para outros setores mais especializados e que davam mais experiências.... Todas, com mais tempo de trabalho, queriam chegar onde eu já estava... E eu era a última contratada.

Não, eu não conhecia ninguém, para me dar aquela posto. Dentro de mim, eu tinha certeza que Alguém me via e Se movia em meu favor... Sabe quando você tem um infinito inteiro em sua volta de amparando?!  Assim eu sentia... Este infinito era DEUS!

No início de março de 1979, recebi o meu primeiro salário. Tive o dinheiro suficiente para fazer as respectivas matrículas e pagar as mensalidades na Escola Clóvis Salgado, minha e da Helena. Quatro valores de uma só vez. Sobrou pouco dinheiro para mim naquele mês, mas estava tão feliz!...

 Neste momento, a alegria invade minha alma e sinto aquela sensação daqueles dias, e vejo o INFINITO me envolver...

Reiniciamos na escola que queríamos e sem depender de ninguém.

Então esta foi uma linda experiência. Não conhecia Deus, através da Sua Palavra. Mas O conhecia na simplicidade, no verdadeiro, na sinceridade, na gratidão e na fé prática... Pois tudo o que fiz, para conseguir aquele trabalho, foi tomando atitudes e crendo que conseguiria, em nada duvidando...

Tinha os bons olhos, cria nas pessoas e em tudo que me apresentavam, sem preconceito, sem julgamentos. E isto me aproximou do meu Senhor e Ele satisfez os desejos do meu coração.


Não foi sempre assim. Todas as vezes que me afastei, deixando de ver com os bons olhos e de ser humilde, nuvens escuras apareceram em meu caminho...